quinta-feira, 15 de novembro de 2007

gréve, dia II

continua tudo na mesma. a moral esmorece. olho em volta e vejo nada mais que desespero nas caras dos meus camaradas. hoje de manhã tombou mais um. mais um. deste sabia o nome. o cheiro a morto toma conta das trincheiras. se ao menos o oficial mandasse abrir a trincheira RER, pensa um em voz alta, esperançado. louco, chamam-lhe lá do longe. já ninguém se ri. depois da noite de hoje, a segunda sem descanso, ninguém tem forças nem para sacudir a lama da face. raios para os soldados do eixo e mais as suas buzinas. a terra de ninguém, com um relevo de carcaças esfumegantes, incomoda-nos. ninguém já olha para ela. a terra periférica. algo mexeu-se. um camião com pomona escrito de lado. mas o 47 não vai até pomona. até ao fim da tarde, nada mudará.

1 comentário:

rita disse...

oh não... tu estás mesmo inspirado pela greve? ou é um sinal de loucura grevista? seja como for, estou preocupada contigo... ihih beijinho*